Em 2023, um brasileiro completou 366 maratonas consecutivas em um ano, estabelecendo um recorde mundial e participando de um estudo científico que monitorou as mudanças em seu coração ao longo de mais de 15 mil quilômetros percorridos. O projeto, acompanhado pelo Instituto do Coração (InCor), analisou marcadores de dano cardíaco, ecocardiogramas e testes de esforço, revelando que, mesmo com o volume extremo de exercício, não houve alterações patológicas no órgão. A chave para o sucesso foi a intensidade moderada, mantendo a frequência cardíaca em uma zona segura, combinada com recuperação adequada.
O atleta, que não tinha histórico de alto rendimento antes do desafio, planejou meticulosamente a jornada, contando com uma equipe multidisciplinar para lidar com logística, saúde física e mental. Durante o percurso, enfrentou lesões, condições climáticas adversas e problemas de saúde, mas adaptou-se com estratégias como recuperação ativa e ajustes na alimentação. A pesquisa, publicada nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, destacou a capacidade do corpo humano de se adaptar a cargas extremas quando gerenciadas corretamente.
Além do recorde, a experiência inspirou mais de 5 mil pessoas a se juntarem a ele em trechos das maratonas e motivou seu próximo objetivo: correr a extensão das Américas em dez meses. O projeto visa promover conscientização sobre os benefícios da atividade física e o potencial humano, sem incentivar práticas arriscadas sem acompanhamento profissional. A jornada também será documentada, reforçando a mensagem de que limites podem ser superados com preparo e resiliência.