Um grupo de 103 brasileiros deportados dos Estados Unidos chegou ao país neste fim de semana, somando-se a quase dez operações de repatriação desde o início do ano. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência, 24 passageiros desembarcaram em Fortaleza (CE), 76 seguiram para Confins (MG), e três ficaram sob custódia da Polícia Federal devido a pendências judiciais. O governo brasileiro destacou que os repatriados recebem apoio psicossocial, kits de higiene, alimentação e orientação para acessar serviços públicos, com atendimento especializado para grupos vulneráveis, como idosos e pessoas com deficiência.
Desde o endurecimento das políticas migratórias dos EUA, 783 brasileiros em situação irregular foram repatriados, a maioria homens (616), além de 155 mulheres e 12 casos sem informação de gênero. Quando não têm para onde ir, os deportados recebem acolhimento temporário e passagens de ônibus para retornar às cidades de origem. O Itamaraty cobrou explicações da embaixada americana sobre o tratamento dispensado aos brasileiros, especialmente após incidentes envolvendo o uso de algemas durante operações anteriores.
Em janeiro, um impasse entre os governos brasileiro e americano surgiu quando autoridades dos EUA tentaram transportar deportados algemados até Confins (MG). O Brasil interveio, enviando um avião da Força Aérea para garantir que os cidadãos desembarcassem sem restrições físicas, já que, segundo a Polícia Federal, eles não são considerados prisioneiros em solo nacional. O caso reforçou a divergência sobre jurisdição e direitos humanos durante processos de deportação, com o governo brasileiro reafirmando sua responsabilidade sobre os cidadãos em território nacional.