Em 2023, o Brasil registrou o menor número de nascimentos desde 1976, com apenas 2,5 milhões de registros, refletindo uma queda consistente na natalidade nas últimas décadas. Especialistas apontam que essa tendência, somada ao envelhecimento da população, está alterando o perfil do mercado de trabalho, com redução de jovens e aumento de profissionais acima de 40 anos. A mudança demográfica também pressiona o sistema previdenciário, já que menos contribuintes precisarão sustentar uma parcela crescente de aposentados.
O envelhecimento da força de trabalho não se traduz necessariamente em ganhos salariais, pois os rendimentos estão mais vinculados à produtividade e educação. Embora o nível educacional tenha melhorado, a evolução ainda é lenta, e apenas trabalhadores que se adaptarem às demandas do mercado, como tecnologia, terão melhores oportunidades. Além disso, setores como saúde devem crescer, enquanto outros, como educação, podem encolher devido às mudanças populacionais.
O sistema previdenciário brasileiro, considerado frágil em rankings globais, enfrenta desafios como baixa cobertura, alta dívida pública e uma razão de dependência de idosos que deve saltar de 16% para 36% em 25 anos. Especialistas alertam para a necessidade de reformas, incluindo ajustes na idade de aposentadoria, combate à informalidade e incentivos à previdência privada. Sem mudanças, o déficit do INSS pode quadruplicar nos próximos 75 anos, agravando a crise fiscal.