Em 2023, o Brasil registrou o menor número de nascimentos desde 1976, com apenas 2,5 milhões de registros, refletindo uma queda consistente na natalidade nas últimas décadas. Especialistas apontam que essa tendência, somada ao aumento da expectativa de vida (que chegou a 76,4 anos), está transformando o mercado de trabalho, com menos jovens entrando e mais idosos permanecendo ativos. Dados mostram que a participação de trabalhadores com 40 anos ou mais cresceu 35% nos últimos 12 anos, enquanto a de jovens entre 14 e 29 anos diminuiu significativamente.
O envelhecimento populacional pressiona o sistema previdenciário, que opera no modelo solidário, onde os trabalhadores ativos financiam os aposentados. Com menos contribuintes e mais beneficiários, o déficit do INSS pode quadruplicar nos próximos 75 anos. Relatórios internacionais colocam o Brasil entre os phores sistemas previdenciários do mundo, com baixa cobertura (menos da metade da população em idade ativa) e altas taxas de contribuição, além de uma razão de dependência de idosos que deve saltar de 16% para 36% em 25 anos.
Especialistas defendem reformas urgentes, como ajustes na idade de aposentadoria, combate à informalidade e incentivos à previdência privada. Apesar dos avanços educacionais, a produtividade e os salários não acompanham o envelhecimento da força de trabalho, exigindo requalificação contínua, especialmente em setores como tecnologia. O cenário demanda políticas públicas robustas para evitar o colapso do sistema e garantir sustentabilidade econômica no longo prazo.