Os dados mais recentes da Fundação João Pinheiro (FJP) revelam que o déficit habitacional no Brasil diminuiu 4,8% em relação a 2022, passando de 6,2 milhões para 5,9 milhões de moradias. Durante reunião da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados, Hugo Leandro Gonçalves, coordenador-geral da Secretaria Nacional de Habitação, apresentou esses números e destacou que 61% das famílias brasileiras gastam mais de 30% da renda com aluguel, indicando um comprometimento excessivo das finanças. Além disso, 25% das famílias vivem em condições inadequadas, incluindo moradias precárias.
A comissão discutiu o PL 1195/23, que propõe a realização de um censo decenal para mapear o déficit e a inadequação habitacional. O relator do projeto, deputado Hildo Rocha, argumentou que os recursos federais devem ser direcionados prioritariamente aos municípios que elaborarem políticas públicas baseadas nesses dados. Ele ressaltou que, em muitos casos, melhorar moradias existentes — muitas vezes próximas aos locais de trabalho — pode ser mais eficaz do que construir novas unidades.
O gerente de Planejamento do Censo, Bruno Perez, sugeriu que não há necessidade de um censo separado, defendendo a inclusão de perguntas mais detalhadas no censo demográfico. Ele explicou que, em 2022, questões como o valor do aluguel foram retiradas do questionário, dificultando a análise do déficit, mas a intenção é reinseri-las em 2030. A discussão destacou a importância de dados precisos para orientar políticas públicas eficientes no setor habitacional.