A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, o adiamento dos depoimentos no caso que investiga alegações de tentativa de interferência no processo eleitoral de 2022. Os advogados argumentam que a Polícia Federal enviou, nos dias 14 e 15 de maio, um volume de dados próximo a 40 terabytes, tornando inviável uma análise completa no prazo atual. Eles destacam que, mesmo com uma conexão de internet de 500 Mbps, o download dos arquivos levaria cerca de 178 horas ininterruptas.
As oitivas das testemunhas estão marcadas para começar na segunda-feira (19.mai) e devem se estender até o fim do mês. A defesa afirma que já havia solicitado acesso integral às provas antes mesmo do recebimento da denúncia, e não apenas aos trechos selecionados pelas autoridades. O pedido de adiamento ainda não foi analisado pelo ministro relator, mas não é a primeira vez que a equipe jurídica tenta postergar os depoimentos.
Entre as 82 testemunhas a serem ouvidas estão ex-comandantes das Forças Armadas e o governador de São Paulo. O caso envolve um grupo apontado como central na articulação dos eventos pós-eleitorais, com depoimentos previstos até 2 de junho. A ação penal está na fase de instrução processual, onde são coletados testemunhos e apresentadas as provas. O andamento do processo depende agora da decisão sobre o adiamento solicitado.