A proposta de alterar o hino de Santa Catarina, em tramitação na Assembleia Legislativa, reacendeu uma polêmica que perdura há mais de 30 anos. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC), apresentada em 2023, prevê a realização de um concurso público para escolher uma nova letra e música, argumentando que o hino atual, composto em 1892, não representa suficientemente a identidade contemporânea do estado. O governador e o autor da PEC defendem a criação de um hino mais popular e inclusivo, enquanto o texto histórico seria preservado como símbolo de um ciclo passado.
Órgãos culturais e parte da oposição criticam a mudança, classificando-a como um desrespeito ao patrimônio imaterial e à história catarinense. Eles destacam que o hino atual é um dos poucos que exalta a abolição da escravidão e a igualdade, temas considerados fundamentais para a identidade do estado. Além disso, conselhos municipais e estaduais de cultura emitiram notas de repúdio, argumentando que a alteração comprometeria a memória coletiva e a diversidade cultural.
Enquanto a PEC aguarda análise na Comissão de Constituição e Justiça, o debate reflete divergências mais amplas sobre preservação histórica e modernização de símbolos estaduais. Críticos também questionam o timing da proposta, alegando que Santa Catarina enfrenta desafios mais urgentes, como infraestrutura e segurança pública. A discussão deve continuar nas próximas semanas, com votação prevista para breve.