O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, enfrenta pressões divergentes sobre a possível criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar supostas fraudes no INSS. Enquanto a oposição defende a investigação, alegando descontos irregulares em benefícios desde 2019, Alcolumbre demonstra hesitação, buscando evitar conflitos com o governo federal. Sua recente proximidade com o Palácio do Planalto, incluindo participação em agendas internacionais, reforça a delicadeza de sua posição.
A oposição, liderada por figuras como o senador Espiridião Amim, já reuniu as assinaturas necessárias para formalizar o pedido da CPMI, com apoio significativo de parlamentares. No entanto, a viagem internacional de Alcolumbre nesta semana adia a decisão, já que a leitura do requerimento depende de sua presença. O governo, por sua vez, teme que a comissão se torne um palco para críticas, agravando o desgaste político em um momento sensível.
O impasse reflete a tensão entre a necessidade de apurar irregularidades e os interesses políticos em jogo. Com investigações em andamento sobre empréstimos consignados e a pressão crescente por transparência, a criação da CPMI parece inevitável, mas seu timing e condução ainda dependem de negociações nos bastidores. O desfecho poderá impactar tanto a credibilidade do INSS quanto as relações entre o Legislativo e o Executivo.