Os bebês reborn, bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos, viraram tema de intenso debate nas redes sociais nas últimas semanas. Vídeos de “partos” e mães cuidando desses bonecos viralizaram, enquanto autoridades e órgãos públicos se manifestaram contra práticas como o uso de assentos preferenciais em transportes públicos ou atendimentos no SUS. Cidades como Curitiba, Rio de Janeiro e Chapecó tomaram medidas para restringir o uso dos bonecos, enquanto outras, como Sorocaba e Campo Grande, aproveitaram o tema para campanhas públicas.
O público que consome os bebês reborn é diverso, incluindo colecionadores e pessoas que os utilizam como terapia, especialmente após perdas gestacionais. Os preços variam de R$ 200 a R$ 2.000, dependendo da loja e dos detalhes do produto. Enquanto alguns defendem o uso terapêutico, outros questionam o impacto psicológico do apego excessivo a objetos que simulam relações humanas.
Especialistas alertam para a necessidade de refletir sobre as relações sociais e a saúde mental em um contexto onde algoritmos e busca por audiência muitas vezes se sobrepõem a interações reais. A psicóloga Fabiana Lira, da Unifor, destaca que o fenômeno revela uma carência de conexões humanas profundas, levantando discussões sobre como a tecnologia e as redes sociais estão moldando comportamentos e expectativas.