A Comissão de Direitos Humanos (CDH) realizou um debate sobre os obstáculos na adoção de crianças e adolescentes com menos chances de serem acolhidos, como os mais velhos, aqueles com deficiência ou que fazem parte de grupos de irmãos. Participantes destacaram a importância de campanhas de sensibilização, o envolvimento da iniciativa privada e o apadrinhamento como práticas eficazes para promover a inclusão social. A discussão, alusiva ao Dia Nacional da Adoção, também abordou o modelo de família acolhedora como alternativa superior aos abrigos, conforme defendido pela senadora Damares Alves, que compartilhou sua experiência pessoal nesse contexto.
Especialistas presentes, como a juíza Karina Müller, enfatizaram que a idade da criança não deve ser um impeditivo para a adoção, mas reconheceram a preferência por bebês, o que deixa muitos adolescentes sem famílias. Dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento mostram que há 5.256 crianças e adolescentes disponíveis para adoção, contra 33.409 pretendentes, evidenciando uma seletividade que perpetua desigualdades. A secretária Maria do Pilar Lacerda destacou a necessidade de políticas públicas para combater preconceitos e incentivar a adoção inclusiva, com foco em reintegração familiar e qualidade nos serviços de acolhimento.
O debate também abordou a adoção internacional, que segue regras mais rígidas, e a importância da adaptação cultural nesses casos. Representantes de grupos de apoio à adoção e acolhimento compartilharam experiências práticas, reforçando a necessidade de preparação técnica e emocional para famílias e instituições. O deputado Domingos Sávio sugeriu a inclusão da iniciativa privada como apoio para jovens que atingem a maioridade sem adoção, enquanto projetos de lei, como o PL 3800/2024, buscam fortalecer o sistema nacional de adoção.