A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou, por unanimidade, a possibilidade de fundos imobiliários (FIIs) e fundos agroindustriais (Fiagros) recomprar suas próprias cotas negociadas na Bolsa. A decisão, vista como um avanço pelo mercado, ainda aguarda regulamentação específica, que deve ser publicada em até 30 dias. A medida surge em um contexto em que muitas cotas são negociadas com descontos significativos em relação ao valor patrimonial, tornando a recompra uma estratégia atrativa para aumentar o valor por cota dos investidores remanescentes.
A recompra de cotas permite que os gestores adquiram e cancelem cotas do próprio fundo, reduzindo a quantidade em circulação e elevando o resultado por cota. Segundo analistas, a prática pode ser uma ferramenta legítima de geração de valor, desde que regulamentada de forma clara para evitar distorções, como o uso artificial para inflar cotações. O Banco Safra foi o responsável por formalizar a consulta à CVM, que seguiu integralmente o parecer técnico para autorizar a medida.
Especialistas destacam que a decisão traz mais agilidade e capacidade de resposta para os gestores, alinhando os fundos às práticas já permitidas para empresas abertas. A advogada Martina Zajakoff, do escritório Machado Meyer, avalia a mudança positivamente, ressaltando que ela pode oferecer um retorno mais rápido aos cotistas. O mercado agora aguarda os detalhes da regulamentação, que definirão os procedimentos para a implementação da recompra de cotas.