Três crianças da etnia warao, indígenas de origem venezuelana, morreram entre janeiro e abril de 2025 em João Pessoa devido a causas evitáveis, como desnutrição, infecções e atraso vacinal. Um adulto também faleceu no mesmo período por complicações oncológicas. As mortes foram confirmadas pela Secretaria de Saúde da Paraíba (SES-PB), que destacou desafios no atendimento a essa população, incluindo barreiras culturais e dificuldades na atualização de vacinas e tratamentos médicos.
As condições precárias em abrigos superlotados agravaram a situação, com denúncias de surtos de leptospirose e dengue. Um abrigo projetado para 50 pessoas abriga quase o dobro, aumentando o risco de doenças infecciosas. Equipes multidisciplinares, incluindo antropólogos e profissionais de saúde, atuam no acompanhamento dos indígenas, mas as ações enfrentam obstáculos devido à superlotação e à falta de infraestrutura sanitária adequada.
Casos recentes envolvendo crianças warao revelam negligência, como um bebê de um ano e dois meses que morreu com sinais de desnutrição, infecção generalizada e lesões corporais. A necropsia confirmou maus-tratos, e a Polícia Civil investiga o caso. Autoridades locais afirmam que medidas educativas e assistenciais estão em andamento, mas a crise sanitária continua a exigir intervenções urgentes para proteger essa população vulnerável.