O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o financiamento global da saúde enfrenta a maior interrupção da história, com países doadores reduzindo suas contribuições. A saída dos Estados Unidos, principal financiador da organização, agravou a crise, levando a OMS a revisar seu orçamento para os próximos anos. Tedros Adhanom Ghebreyesus destacou que a organização está lidando com um déficit de quase US$ 600 milhões em 2024, o que forçou cortes significativos, incluindo uma redução de 21% no orçamento planejado para 2026-27 e o fechamento de escritórios em países de alta renda.
A OMS também enfrenta desafios estruturais, como a dependência excessiva de contribuições voluntárias, que representam 80% de seu orçamento e vêm de um número limitado de doadores. Tedros afirmou que a organização busca diversificar sua base de financiamento para evitar futuras crises. Enquanto isso, medidas como a redução de custos salariais e demissões são inevitáveis, embora ainda não haja um número exato de funcionários afetados.
O impacto desses cortes na saúde global preocupa a entidade, que teme prejuízos significativos para populações vulneráveis. Tedros ressaltou que a OMS mantém diálogo com governos, incluindo o dos EUA, para esclarecer dúvidas e buscar soluções. A situação, descrita como “muito dolorosa”, reflete a necessidade de um modelo de financiamento mais sustentável para garantir a continuidade dos programas de saúde pública em escala mundial.