Pelo menos dez indígenas do povo Apinajé morreram nos últimos sete meses sem diagnóstico adequado, em meio a uma crise de saúde pública que afeta 66 aldeias na divisa entre Tocantins e Maranhão. Relatos indicam a falta de exames, medicamentos e transporte para atendimento básico, com estoques de remédios disponíveis apenas em farmácias urbanas, mas não nas aldeias. O Ministério da Saúde afirmou que enviou três remessas de insumos este ano, totalizando 223,1 mil unidades, e que uma equipe técnica será deslocada para avaliar a situação.
Lideranças indígenas destacam a precariedade geral dos serviços, incluindo a falta de estrutura para exames e a demora no atendimento. Casos recentes, como o de duas mulheres que morreram sem diagnóstico após semanas de dor, ilustram as falhas no sistema. A Defensoria Pública do Tocantins está fiscalizando unidades de saúde e preparando recomendações para solucionar os problemas, com reuniões marcadas para ouvir as comunidades.
Enquanto isso, o governo federal alega que contratos emergenciais de transporte estão em vigor até a conclusão de licitações definitivas, mas reconhece falhas na substituição de veículos. A situação expõe desafios persistentes no acesso à saúde indígena, com promessas de ações resolutivas ainda em andamento. A Defensoria deve divulgar suas recomendações na próxima semana, após concluir audiências com as comunidades afetadas.