Nas recentes eleições parlamentares em Portugal, o partido governista (AD) ficou à frente, mas o destaque foi o avanço dos conservadores, um fenômeno também observado na França e na Alemanha. Analistas apontam que o crescimento da direita está ligado à percepção de que as esquerdas priorizam pautas consideradas distantes das preocupações práticas da população, como questões identitárias e ambientais, enquanto a direita aborda temas mais concretos, como segurança, imigração e economia.
A mudança sugere que, enquanto a esquerda perde espaço por focar em debates abstratos, a direita ganha relevância ao tratar de problemas imediatos, como emprego, inflação e crescimento econômico. Esses temas ressoam mais fortemente entre a classe média e as camadas mais pobres, que buscam soluções para desafios cotidianos.
O cenário indica uma realinhamento político, no qual a capacidade de conectar-se com as demandas reais da população se tornou decisiva. Se no passado a esquerda era vista como mais próxima das massas, hoje a direita parece ocupar esse lugar, ao menos em parte da Europa, refletindo uma insatisfação com a desconexão entre as elites políticas e as prioridades do eleitorado.