A CPI das Apostas Esportivas tem chamado atenção não pelos resultados legislativos, mas pelo protagonismo de influenciadores digitais e a estratégia de parlamentares para viralizar conteúdos. Com depoimentos de personalidades como Virginia Fonseca, que atraiu mais de 1,3 milhão de visualizações, a comissão virou um espaço de espetáculo, segundo analistas. Especialistas apontam que a busca por engajamento nas redes sociais tem comprometido a credibilidade e a eficiência da investigação, desviando o foco de sua função fiscalizadora.
O presidente do Senado demonstrou insatisfação com o rumo das sessões, classificando-as como “circenses” e sugerindo o encerramento da CPI nas próximas semanas. Para cientistas políticos, a exposição excessiva de influenciadores e a falta de impessoalidade dos parlamentares distorcem a percepção pública sobre o trabalho legislativo, rebaixando a imagem do parlamento. A aproximação entre políticos e digital creators, embora reflita uma dinâmica contemporânea, tem sido criticada por priorizar o entretenimento em detrimento de ações concretas.
A viralização de cortes rápidos e memes ampliou o alcance da comissão, mas especialistas em marketing destacam que o fenômeno está mais ligado ao interesse público em apostas esportivas do que ao mérito das investigações. Enquanto alguns defendem que as redes sociais são um novo espaço de debate, outros alertam para os riscos de banalização da política. O caso do senador que interrompeu uma sessão para tirar foto com uma influenciadora ilustra os excessos que levaram a CPI a perder o rumo original, segundo críticos.