Os Correios registraram um prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, valor quatro vezes maior que o do ano anterior, reacendendo o debate sobre a eficiência e o tamanho da empresa estatal. O déficit foi impulsionado por um aumento de mais de R$ 700 milhões em custos, incluindo reajustes salariais e pagamento de precatórios, enquanto a receita com serviços caiu R$ 335 milhões. A direção atribui parte do prejuízo a investimentos em tecnologia, infraestrutura e renovação da frota, alegando que a empresa estava sucateada após anos sem investimentos.
Para conter as perdas, os Correios anunciaram um plano de reestruturação que visa reduzir custos em 12%. As medidas incluem a prorrogação do programa de desligamento voluntário, redução da jornada de trabalho com ajuste salarial, suspensão temporária de férias, retorno ao trabalho presencial e venda de imóveis ociosos. A Associação dos Profissionais dos Correios demonstrou cautela, apoiando o plano mas cobrando maior eficiência na gestão de recursos, enquanto trabalhadores expressam preocupação com a insegurança gerada pelos prejuízos recorrentes.
Especialistas questionam se o modelo estatal é capaz de tornar os Correios competitivos, destacando a dificuldade de empresas públicas em mercados dinâmicos. O economista Cláudio Frischtak alerta que os resultados em 2025 podem ser ainda piores, caso as medidas não sejam eficazes. O cenário coloca em xeque o futuro da empresa, que opera com 85% de suas agências no vermelho, em um momento crítico para sua sustentabilidade.