A polêmica em torno dos bebês reborn, bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos, ganhou destaque após vídeos viralizarem mostrando adultos tratando os brinquedos como crianças reais, inclusive tentando usufruir de benefícios como assentos preferenciais. Em resposta, a prefeitura de Curitiba emitiu um comunicado bem-humorado no Instagram, esclarecendo que as bonecas não garantem direitos reservados a gestantes, idosos, pessoas com deficiência e outros grupos prioritários. O caso gerou discussões acaloradas nas redes sociais, dividindo opiniões entre quem vê a prática como inofensiva e quem questiona sua legitimidade.
O tema chegou ao Congresso Nacional, onde um projeto de lei propõe multas de até 20 salários mínimos para quem tentar obter vantagens usando bebês reborn. Em São Paulo, outro projeto busca proibir a inclusão das bonecas no atendimento do SUS, enquanto no Rio de Janeiro, uma proposta prevê a criação de um “Dia da Cegonha Reborn” para homenagear as artesãs do setor. As iniciativas refletem a complexidade do debate, que envolve desde questões legais até culturais.
Enquanto alguns defendem a liberdade de adultos se dedicarem ao hobby, outros alertam para o risco de banalizar direitos destinados a grupos vulneráveis. A discussão segue sem consenso, mas já mobiliza autoridades e sociedade civil, mostrando como um fenmeno aparentemente lúdico pode desencadear reflexões sobre prioridades sociais e o limite entre fantasia e realidade.