Friedrich Merz assumiu como novo chanceler da Alemanha nesta terça-feira (6), substituindo Olaf Scholz, após uma vitória apertada de seu partido, a CDU/CSU, nas eleições de fevereiro. A formação de uma coalizão com o SPD, batizada de “preto e vermelha”, foi marcada por concessões de ambos os lados, devido a divergências sobre imigração e políticas internas. O governo enfrenta um Parlamento dividido, com apenas 328 assentos, pouco acima da maioria necessária, enquanto a ultradireita do AfD alcançou um recorde de 152 cadeiras, refletindo o cenário político polarizado.
A economia alemã está em crise, com projeções de crescimento mínimo de 0,1% em 2025 e desemprego em alta, atingindo 6,3%—um aumento de 20% desde 2022. Tarifas comerciais dos EUA e concorrência internacional, especialmente da China, agravam a situação, enquanto fragilidades estruturais, como burocracia e escassez de mão de obra qualificada, dificultam a recuperação. O novo governo anunciou um fundo de investimento em infraestrutura de € 500 bilhões e flexibilização de gastos, mas especialistas alertam que medidas de curto prazo não resolverão problemas profundos, como a necessidade de reformas no sistema de seguridade social.
Além dos desafios econômicos, Merz herdou debates delicados, como o apoio à Ucrânia e tensões internas sobre políticas migratórias. A manutenção do ministro da Defesa, defensor firme de Kiev, foi uma vitória para o SPD, mas a indicação de um conservador para a pasta da Cultura revela os atritos na coalizão. Com uma base frágil e pressões geopolíticas, o caminho para estabilizar a Alemanha—e reconquistar confiança—parece longo e incerto.