O governo federal dos EUA, sob a liderança de Donald Trump, tem promovido uma campanha pró-natalista, buscando aumentar o número de nascimentos no país. Propostas incluem incentivos financeiros, como bônus para mães após o parto, e reserva de bolsas de estudo para mulheres casadas ou com filhos. No entanto, essas medidas contrastam com cortes em programas de assistência infantil, como creches e educação, aumentando a pressão financeira sobre famílias que já enfrentam altos custos de vida.
A estratégia ganha força com o apoio de influenciadoras conservadoras, que disseminam ideais de família tradicional e incentivam mulheres a adotarem papéis domésticos. Essas vozes, agrupadas na chamada “mulherosfera”, promovem uma visão essencialista de gênero, criticando feminismo e defendendo a submissão feminina como virtude. Revistas e canais digitais reforçam estereótipos, associando felicidade à maternidade e à aparência física, enquanto ignoram desafios estruturais enfrentados pelas mulheres.
A campanha reflete uma contradição na agenda conservadora: enquanto o discurso celebra a natalidade, políticas públicas falham em oferecer suporte real às famílias. O movimento, aliado a reduções em direitos reprodutivos e proteções LGBTQIAP+, expõe tensões culturais e econômicas, deixando muitas mulheres sem opções viáveis para conciliar maternidade e autonomia financeira.