A Caxemira, região montanhosa de 220 mil km² disputada por Índia, Paquistão e China, continua sendo um foco de tensão geopolítica. Com 55% do território controlado pela Índia, 30% pelo Paquistão e 15% pela China, a área é palco de conflitos históricos, agravados pela divisão étnico-religiosa pós-colonial. O recente cessar-fogo, mediado pelos EUA, interrompeu os combates de 2025, desencadeados pelo assassinato de turistas indianos, mas a trégua é considerada frágil diante da rivalidade histórica e do potencial nuclear das nações envolvidas.
As raízes do conflito remontam à partilha das Índias Britânicas em 1947, quando a Caxemira, de maioria muçulmana mas governada por um marajá hindu, foi anexada pela Índia. O Paquistão, por sua vez, alega direitos com base no princípio religioso. Além da disputa territorial, o controle sobre recursos hídricos, como o Rio Indo, e a presença de minérios no Himalaia ampliam as tensões. A China, aliada do Paquistão, também exerce influência, especialmente após a demonstração de superioridade de seus caças J-10 contra os aviões franceses usados pela Índia.
Os especialistas destacam que o impasse é alimentado por questões nacionais profundas e pelo cenário geopolítico global, marcado pela ascensão chinesa e pela rivalidade entre potências. Apesar dos acordos de paz, como o de Ximelá em 1972, a Caxemira permanece sem solução definitiva, com ambos os lados vendo a disputa como uma causa existencial. A fragilidade do cessar-fogo atual reforça o risco de novos confrontos, num conflito que transcende fronteiras e envolve interesses estratégicos mundiais.