A Terra Indígena (TI) Apyterewa, no Pará, tem sido palco de uma série de ataques armados desde dezembro de 2024, culminando no quinto incidente em maio de 2025, que deixou um indígena Parakanã ferido por bala de chumbo. Os invasores, supostamente não indígenas, buscam retomar a área após uma operação de desintrusão concluída em 2024, que removeu ocupantes ilegais. A tensão crescente levou profissionais de saúde e educação a abandonarem o território devido a ameaças, aumentando a vulnerabilidade das comunidades locais.
A TI, que já foi a mais desmatada do país, enfrenta pressões de grileiros e pistoleiros, que atuam principalmente à noite para intimidar os indígenas. Apesar da presença da Força Nacional e da Funai, a efetividade do patrulhamento é limitada pela extensão territorial e dificuldades logísticas. Relatos descrevem ataques com armas de fogo, destruição de infraestrutura e evidências de munições espalhadas pela floresta, enquanto investigações sigilosas são conduzidas pela Polícia Federal.
Especialistas destacam a necessidade de políticas públicas específicas para evitar a reincidência de invasões e proteger os Parakanã, povo de recente contato que está reorganizando suas aldeias. O governo federal afirma atuar de forma integrada com órgãos locais, mas reconhece desafios como o acesso a áreas remotas e a complexidade territorial. Enquanto isso, a insegurança persiste, com comunidades indígenas exigindo maior proteção e soluções duradouras para o conflito.