Em um país de dimensões continentais e com infraestrutura terrestre precária, a aviação deveria ser prioridade, mas o Brasil ainda tributa pesadamente o setor, encarecendo operações e limitando a expansão da malha aérea. Com 70% dos voos concentrados em apenas 10 aeroportos, mais de 400 terminais regionais ficam sem conexões regulares, deixando o país menos conectado do que poderia. Enquanto nações como EUA, China e Emirados Árabes investem em subsídios e infraestrutura para impulsionar a aviação como ferramenta de crescimento, o Brasil segue na contramão, sufocando o potencial do setor com alta carga tributária e falta de incentivos.
A aviação não é apenas um meio de transporte, mas um instrumento de integração territorial, turismo e produtividade. Exemplos internacionais mostram que políticas públicas bem planejadas, como redução de impostos e apoio à operação de aeronaves regionais, podem expandir a malha aérea e democratizar o acesso. No entanto, no Brasil, a lógica econômica desfavorável impede que companhias aéreas operem em rotas menos rentáveis, deixando centenas de cidades isoladas. Um Plano Nacional de Conectividade Aérea, com redução do ICMS sobre combustível e investimentos em infraestrutura, é apontado como solução urgente.
Medidas como a cabotagem aérea internacional e a abertura para capital estrangeiro em companhias aéreas podem ajudar, mas a reforma tributária em debate no Congresso precisa considerar as especificidades do setor para não agravar o isolamento de regiões já marginalizadas. A conectividade aérea é vista como estratégia nacional para reduzir desigualdades, impulsionar a economia e tornar o Brasil mais competitivo. Sem mudanças, o país continuará voando abaixo do seu potencial, enquanto outras nações avançam.