Letícia Voi, de 27 anos, moradora de Ribeirão Preto, convive com a acromatopsia, uma condição genética rara que restringe sua visão a tons acinzentados. A doença, que afeta aproximadamente 1 em cada 40 mil nascidos, impede a percepção de cores e está associada a baixa acuidade visual e fotofobia. Apesar das limitações, Letícia leva uma vida autônoma, trabalhando como psicóloga, praticando jiu-jitsu e expressando sua paixão pela arte através de pinturas em preto e branco.
A acromatopsia é causada pela ausência de cones na retina, células responsáveis pela visão colorida e detalhada. Diferentemente do daltonismo, que afeta parcialmente a percepção de cores, a condição de Letícia é mais severa, envolvendo também movimentos involuntários dos olhos e sensibilidade à luz. Especialistas explicam que não há cura, mas recursos como óculos escuros e filtros específicos podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Apesar dos desafios, Letícia adaptou-se ao cotidiano, optando por roupas em tons neutros e desenvolvendo estratégias para identificar cores, como as nuances de cinza nas bolas de sinuca. Sua história ressalta a importância da inclusão e da conscientização sobre condições visuais raras, enquanto pesquisas em terapia genética oferecem esperança para futuros tratamentos.