A disputa por preços no mercado de medicamentos para obesidade nos Estados Unidos está se intensificando, com as gigantes farmacêuticas Eli Lilly e Novo Nordisk buscando acordos com gestores de benefícios farmacêuticos (PBMs) e empresas de telemedicina para ampliar a distribuição de seus produtos. Enquanto a Novo Nordisk oferece seu remédio Wegovy a US$ 1.349 mensais, a Lilly cobra US$ 1.086 pelo Zepbound. A estratégia de preços mais altos da Novo permite margens para descontos, conhecidos como rebates, que garantem cobertura preferencial nos planos de saúde. Recentemente, a CVS Health substituiu o Zepbound pelo Wegovy em sua lista de medicamentos preferenciais, indicando uma movimentação agressiva para recuperar participação de mercado.
Investidores demonstram preocupação com a queda nos preços e o impacto nos lucros das empresas. Durante teleconferência, executivos da Lilly destacaram a intenção de reduzir a dependência de rebates altos, optando por preços de tabela mais próximos do valor real pago pelos planos de saúde. Enquanto isso, a Novo Nordisk fechou parcerias com plataformas de telemedicina, como Hims & Hers, oferecendo Wegovy a partir de US$ 499 mensais, buscando atrair consumidores que pagam do próprio bolso.
A competição entre as farmacêuticas reflete uma dinâmica já vista em outros mercados, como o de insulina, onde preços elevados e descontos profundos geraram críticas. A CVS, por meio de sua unidade Caremark, está pressionando por melhores condições, beneficiando-se da maior disponibilidade dos medicamentos após meses de escassez. Analistas apontam que a guerra de preços pode se aprofundar, com os PBMs desempenhando um papel central na definição do acesso e dos custos para os pacientes.