Representantes de populações indígenas, quilombolas e do campo apresentaram demandas à comissão especial da Câmara que analisa o novo Plano Nacional de Educação (PNE). As principais reivindicações incluíram financiamento adequado, formação e valorização de professores, incorporação de conhecimentos tradicionais e políticas para evitar a evasão de estudantes de seus territórios. O projeto em debate estabelece 18 metas para a educação até 2034, sendo que a oitava visa garantir acesso, qualidade e permanência nas modalidades indígena, quilombola e do campo.
Indígenas destacaram a necessidade de avançar em direitos já existentes, como ensino em línguas originárias e contratação de professores indígenas, além de criar indicadores específicos de qualidade. A baixa continuidade escolar preocupa: apenas 58% dos indígenas entre 15 e 17 anos frequentam ou concluíram o ensino médio. Representantes também pediram a universalização da educação diferenciada fora das terras indígenas, onde vive parte significativa dessa população. Dados do MEC apontam 3,6 mil escolas indígenas e 289,5 mil matrículas na educação básica.
Quilombolas apontaram a insuficiência de escolas (2,6 mil para mais de 1,3 milhão de pessoas) e alta taxa de analfabetismo (19%). A falta de creches e ensino médio nos territórios força migrações, fragilizando comunidades. Já para a educação do campo, o fechamento de mais de 20 mil escolas rurais entre 2013 e 2024 foi criticado por enfraquecer a organização comunitária. Ambas as representações reforçaram a urgência de financiamento específico, melhores condições para professores e articulação entre etapas educacionais.