O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, afirmou em depoimento que a força armada nunca planejou mobilizar veículos blindados ou tropas para interferir nos poderes constitucionais durante a crise política no final de 2022. Sua declaração foi dada como testemunha em uma ação penal sobre supostas tentativas de golpe no governo anterior. Olsen, que chefiava o Comando de Operações Navais na época, negou ter recebido ordens para impedir a posse do atual presidente ou qualquer movimentação nesse sentido.
A investigação apura se houve articulação para decretar estado de sítio ou operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no período pós-eleitoral. O ex-comandante da Marinha, citado como réu no processo, teria supostamente colocado a força à disposição para tais medidas, mas Olsen descartou a existência de planejamento ou ordens nessa direção.
O caso, que envolve oito acusados considerados centrais nas alegações de tentativa de golpe, segue com a oitiva de testemunhas até junho. Após essa fase, os réus, incluindo o ex-presidente e ex-ministros, serão interrogados. O Supremo Tribunal Federal (STF) já aceitou a denúncia contra o grupo, que nega as acusações.