O governo da Colômbia formalizou um pedido de adesão ao Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como banco dos Brics, em um movimento que reflete a crescente diversificação de parcerias econômicas na América Latina. Durante visita à China, o presidente colombiano destacou o interesse em adquirir US$ 512 milhões em ações do banco e explorar financiamentos para projetos de infraestrutura, como uma ferrovia conectando os oceanos Atlântico e Pacífico. A iniciativa posicionaria o país como um hub comercial entre a América do Sul e a Ásia, seguindo os passos do Uruguai, que também buscou integrar o NBD em 2021.
A decisão da Colômbia, tradicional aliada dos Estados Unidos, pode gerar tensões com Washington, que recentemente se opôs a financiamentos ligados à Iniciativa do Cinturão e Rota na região. No entanto, o governo colombiano afirmou que não será dissuadido por pressões externas, reafirmando sua neutralidade em meio às disputas geopolíticas globais. “Tomamos essa decisão livremente”, declarou o presidente, enfatizando o diálogo aberto tanto com os EUA quanto com a China.
O movimento ocorre em um contexto de maior integração econômica entre países latino-americanos e os Brics, grupo que busca ampliar sua influência global. Enquanto isso, os EUA monitoram com cautela o avanço chinês na região, sinalizando possíveis desdobramentos diplomáticos e comerciais nos próximos meses. A adesão colombiana ao NBD ainda depende de aprovação formal, mas já simboliza uma reconfiguração estratégica na política externa do país.