Um grupo de 20 clubes das séries A e B do futebol brasileiro decidiu boicotar a eleição para a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), marcada para este domingo (25). Os times, incluindo grandes nomes como Flamengo, Corinthians e São Paulo, assinaram um manifesto contra o processo eleitoral, que consideram antidemocrático. Eles criticam o fato de a vontade da maioria dos clubes não ter peso decisivo, já que as federações estaduais detêm maior influência na votação.
A candidatura de Samir Xaud, único postulante ao cargo, foi apoiada por apenas dez clubes, mas garantiu o aval de 25 das 27 federações estaduais, tornando sua vitória inevitável. O bloco contrário, que inicialmente apoiava Reinaldo Carneiro Bastos, da Federação Paulista de Futebol (FPF), viu a candidatura ser retirada por falta de apoio suficiente. Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, destacou a frustração dos clubes: “75% demonstraram desejo legítimo, mas o modelo não permite que prevaleça.”
Xaud, que assumirá a CBF para um mandato de 2025 a 2029, herdou o apoio das federações, incluindo a de Roraima, onde seu pai é presidente. Os clubes dissidentes afirmaram que não participarão da votação, mas se disponibilizaram a dialogar com a nova gestão para discutir mudanças no processo eleitoral e outras demandas. O impasse reflete a tensão entre clubes e federações pela governança do futebol brasileiro, com clara divisão entre as partes.