Um clarão no céu na noite de quarta-feira (14) chamou a atenção de moradores de pelo menos quatro estados brasileiros — Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e Bahia. Muitos relataram faixas de luz cruzando o céu por volta das 18h30, com reações que variaram de curiosidade a surpresa. Alguns chegaram a comparar o fenômeno a um “avião pegando fogo” ou até mesmo ao “fim do mundo”, enquanto crianças brincaram de fazer pedidos, como se fosse uma estrela cadente.
Segundo especialistas, o clarão não era um meteoro ou aeronave, mas sim lixo espacial — restos de objetos criados pelo homem que orbitam a Terra sem utilidade. O Centro de Operações Espaciais da Força Aérea Brasileira identificou o objeto como parte de um foguete, provavelmente o segundo estágio do Falcon 9, que lançou o satélite Ásia 78. Marcelo Zurita, da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros, explicou que esses detritos perdem altitude gradualmente até reentrarem na atmosfera, onde geralmente queimam antes de atingir o solo.
A Nasa estima que existam cerca de 6 mil toneladas de materiais orbitando a Terra, levantando preocupações sobre riscos de colisões ou acidentes durante reentradas. Nathalia Fonseca, física da UFMG, destacou que os países responsáveis pelos lançamentos devem arcar com eventuais danos. Apesar dos possíveis riscos, o fenômeno também despertou encantamento, com muitos espectadores celebrando a beleza do clarão no céu noturno.