José Israel Vargas, ex-ministro da Ciência e Tecnologia e um dos formuladores da política nuclear brasileira, faleceu nesta quinta-feira (15), aos 97 anos, em Belo Horizonte. A causa da morte não foi divulgada. Nascido em Paracatu (MG), Vargas doutorou-se em ciências nucleares na Universidade de Cambridge e liderou o ministério entre 1992 e 1999, durante os governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. O presidente Lula emitiu uma nota lamentando a perda, destacando sua defesa da ciência e seu combate ao obscurantismo.
Vargas foi uma figura central no desenvolvimento científico do país, atuando como professor emérito da UFMG e presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Durante a ditadura militar, teve seu laboratório tomado pelo Exército e se exilou na França, onde trabalhou em pesquisas nucleares. Retornando ao Brasil, assumiu cargos de destaque, incluindo a presidência da Academia Mundial de Ciências e funções na ONU. Sua trajetória foi marcada pela crítica ao corporativismo na ciência e pela promoção do conhecimento.
Além de sua carreira acadêmica e política, Vargas deixou um legado como defensor da energia nuclear e da aplicação prática da ciência. Foi homenageado em 2015 pelo Prêmio Bom Exemplo e deixa três filhas: Cláudia, Joana e Maria Vargas. Sua morte é uma perda significativa para a comunidade científica brasileira e internacional.