Fortes chuvas atingiram o centro agrícola da Argentina nos últimos dias, com acumulados de até 400 mm em algumas regiões, segundo meteorologistas. Os volumes, três a quatro vezes acima da média para maio, agravaram os temores de perdas nas safras de soja e milho, culturas essenciais para o país, um dos maiores exportadores globais de grãos. Os campos alagados e estradas intransitáveis também atrasaram a colheita, aumentando riscos de doenças nas plantas e perda de produtividade.
Além dos impactos nas lavouras, as precipitações excessivas causaram inundações em cidades da província de Buenos Aires, obrigando moradores a deixarem suas casas. A associação de agricultores CARBAP divulgou imagens de áreas totalmente submersas, destacando a gravidade da situação. Meteorologistas afirmam que, mesmo com volumes menores, as chuvas já teriam sido suficientes para provocar estragos, devido ao solo já saturado por precipitações anteriores.
Antes das chuvas, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires estimava colheitas de 50 milhões de toneladas de soja e 49 milhões de toneladas de milho. Agora, produtores e analistas monitoram os possíveis efeitos no abastecimento global, já que a Argentina é líder na exportação de óleo e farelo de soja e terceira maior fornecedora de milho. O clima continua sendo um fator crítico para definir o desempenho final das safras.