China, União Europeia (UE) e Argentina anunciaram a suspensão das importações de carne de frango do Brasil por 60 dias após a confirmação de um caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em um matrizeiro no Rio Grande do Sul. Apesar do foco estar localizado em Montenegro (RS), as restrições da China e da UE abrangem todo o território nacional, conforme exigências dos acordos comerciais. A Argentina, por sua vez, adotou a medida de forma preventiva, suspendendo produtos avícolas que dependem da comprovação de que o Brasil está livre da doença.
O Ministério da Agricultura (Mapa) destacou que seguirá os acordos sanitários vigentes, reafirmando o compromisso com a transparência e a qualidade das exportações. A pasta também ressaltou que busca negociar o princípio de regionalização, defendido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), para limitar as restrições a um raio de 10 km do foco. Países como Japão, Arábia Saudita e Filipinas já adotaram essa abordagem, o que deve mitigar impactos nas exportações. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com vendas para 151 países em 2024.
O Mapa assegurou que a doença não representa risco para humanos via consumo de carne ou ovos, sendo o contágio restrito a profissionais com exposição intensa a aves infectadas. Em 2023, um caso similar de doença de Newcastle no RS foi controlado em cerca de 10 dias. A suspensão temporária pode afetar setores específicos, mas medidas sanitárias estão em curso para normalizar o comércio.