Pesquisadores de economia e relações internacionais avaliam como positivos os investimentos de R$ 27 bilhões anunciados pela China no Brasil, abrangendo setores como indústria automotiva, energia renovável, tecnologia e agronegócio. O anúncio foi feito durante o Seminário Empresarial China-Brasil em Pequim, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e centenas de empresários. Especialistas destacam que o valor representa um dos maiores investimentos chineses no mundo recentemente e um dos mais significativos recebidos pelo Brasil nas últimas décadas, fortalecendo a parceria bilateral em um contexto de instabilidade comercial global.
Apesar do otimismo, economistas alertam para a necessidade de diversificar parcerias comerciais, reduzindo a dependência tanto da China quanto dos Estados Unidos, que têm protagonizado conflitos tarifários. Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, respondendo por 25% das importações e 4,5% das exportações brasileiras. No entanto, a relação ainda é marcada pela predominância de commodities, como soja e minérios, com pouco espaço para produtos manufaturados. Especialistas sugerem que o país invista em logística e em acordos com outras regiões, como Sudeste Asiático e União Europeia, para aumentar sua resiliência econômica.
Os investimentos serão distribuídos em projetos como expansão da montadora GWM, desenvolvimento de energia renovável no Piauí e criação do primeiro parque industrial net-zero da América Latina. Apesar dos benefícios, acadêmicos reforçam a importância de equilibrar as relações comerciais, evitando alinhamentos excessivos que possam gerar vulnerabilidades em um cenário geopolítico cada vez mais fragmentado.