Mais de 209 mil pessoas no Amazonas estão sendo impactadas diariamente pela cheia dos rios, que já colocou 20 dos 62 municípios do estado em situação de emergência. O Rio Solimões, em Manacapuru, atingiu 19 metros, ficando a apenas 60 cm da cota de inundação severa. As águas avançam sobre áreas urbanas, afetando o comércio e as residências, enquanto na zona rural produtores enfrentam perdas significativas na agricultura. A Defesa Civil monitora a situação, com previsões indicando que o pico da enchente deve ocorrer até a primeira quinzena de junho.
O fenômeno é atribuído ao Inverno Amazônico, que trouxe chuvas acima da média, e aos efeitos do La Niña, que intensificou as precipitações na região. Municípios como Humaitá, Manicoré e Jutaí registram níveis críticos, com rios como o Madeira e o Juruá atingindo marcas preocupantes. Enquanto isso, moradores e comerciantes adaptam-se às condições, construindo passarelas e tentando salvar parte de suas produções, mesmo com a rápida subida das águas.
Apesar da gravidade, o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) indica que a cheia não deve superar o recorde histórico em Manaus e outros três municípios. No entanto, a situação exige atenção contínua, com 37 cidades em alerta e apenas duas consideradas em normalidade. A combinação de fatores climáticos e o ritmo acelerado da enchente deixam comunidades em estado de vulnerabilidade, com impactos econômicos e sociais que devem perdurar até o recuo das águas.