A cheia do rio Solimões em Benjamin Constant, município na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, já afetou quase 21 mil pessoas, cerca de 45% da população local. O avanço das águas contaminadas provocou um surto de doenças gastrointestinais, com 419 casos registrados apenas nas primeiras duas semanas de maio — número próximo ao total de abril. A contaminação do rio Javari, que banha a região, foi confirmada por estudos, com altos índices de coliformes fecais, colocando em risco especialmente crianças, idosos e pessoas vulneráveis.
Agentes de saúde têm percorrido comunidades para distribuir medicamentos e hipoclorito de sódio, além de orientar a população sobre o tratamento da água. A situação é crítica, com o município incluído entre os 20 em estado de emergência no Amazonas devido às enchentes. A Defesa Civil estadual alerta que o cenário deve persistir até junho, com rios continuando a subir.
No total, mais de 209 mil pessoas já foram impactadas pelas cheias no estado. Entre os municípios mais afetados, Humaitá, Manicoré e Juruá registraram níveis elevados em seus rios, enquanto outros, como Benjamin Constant, não tiveram medições divulgadas. Além das 20 cidades em emergência, três estão em estado de atenção e 37 em alerta, refletindo a extensão do desastre ambiental.