A cheia dos rios no Amazonas levou 28 municípios a decretarem estado de emergência, impactando diretamente a vida de mais de 260 mil pessoas. Em Benjamin Constant, no extremo oeste do estado, o Rio Solimões atingiu 12,55 metros, obrigando estudantes a utilizarem embarcações para chegar às escolas. Apesar das adaptações no transporte escolar, as aulas continuam, enquanto a população enfrenta dificuldades de locomoção, perdas na produção rural e inundações em suas casas.
Além dos desafios logísticos, a subida das águas elevou os riscos à saúde, com aumento de casos de doenças gastrointestinais e contaminação por água poluída. Pesquisadores alertam para a presença de coliformes fecais no Rio Javari, que banha Benjamin Constant, colocando em risco principalmente crianças, idosos e pessoas vulneráveis. Em apenas 15 dias de maio, o município registrou mais de 400 casos de doenças relacionadas à água contaminada, número próximo ao total de abril.
O fenômeno é atribuído ao Inverno Amazônico, que trouxe chuvas acima da média, e aos efeitos do La Niña, que intensificou as precipitações na região. Segundo especialistas, as calhas dos rios devem permanecer em cheia até junho, prolongando a crise. Enquanto isso, 29 municípios estão em alerta e apenas dois em normalidade, destacando a extensão do problema no estado.