Em 2024, o Cerrado continuou como o bioma mais afetado pelo desmatamento no Brasil, mesmo com uma redução nacional na perda de vegetação nativa. Segundo o Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do Mapbiomas, o bioma perdeu 652 mil hectares, mais da metade do total do país. A região do Matopiba, que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, concentrou 75% da devastação no Cerrado e 42% do desmatamento nacional. Enquanto cinco dos seis biomas brasileiros registraram queda no desmate, a Mata Atlântica foi a exceção, com aumento de 2% devido a eventos climáticos extremos.
Apesar da redução geral, o desmatamento permaneceu concentrado no Cerrado e na Amazônia, que juntos responderam por 89% da área devastada em 2024. As savanas foram as mais impactadas, representando 52,4% do total. O ritmo de destruição no Cerrado foi o mais intenso, com média diária de 1.786 hectares perdidos, superando até mesmo a Amazônia. Planos de combate ao desmatamento avançaram, com estados atuando mais diretamente em fiscalizações e embargos, além da inclusão de dados ambientais na concessão de crédito rural. No entanto, Maranhão, Pará e Tocantins lideraram o ranking negativo, com destaque para a falta de transparência no Maranhão.
Terras Indígenas e Unidades de Conservação tiveram quedas de 24% e 42,5%, respectivamente, na perda de vegetação, mas algumas áreas, como a TI Porquinhos dos Canela-Apãnjekra (MA) e a APA Triunfo do Xingu (PA), ainda registraram altos índices de destruição. Desde 2019, o Brasil perdeu quase 10 milhões de hectares de vegetação nativa, sendo 67% na Amazônia Legal. A agropecuária segue como principal causa, responsável por mais de 97% do desmatamento no país. As informações são da Agência Brasil.