Uma vinícola francesa de 400 anos, o Château Coutet, em Bordeaux, surpreendeu o mercado ao lançar uma linha de molho de soja japonês premium em 2024. A iniciativa surgiu como resposta às mudanças climáticas, que reduziram a produção de vinho em parte de seus vinhedos. Com a colaboração de Toshio Shinko, um mestre japonês em fermentados, a vinícola adaptou seus barris de carvalho e técnicas de vinificação para produzir dois tipos de molho de soja orgânico, o Shinko Noire e o Shinko Blanche, que rapidamente conquistaram chefs renomados e esgotaram o primeiro lote em três meses.
O projeto combinou tradição e inovação: o fungo koji foi importado do Japão, enquanto a soja, o trigo e o sal francês foram sourced localmente. Shinko, conhecido por revitalizar a indústria de molho de soja em sua cidade natal, viu no terroir de Bordeaux uma oportunidade para criar sabores únicos, com o carvalho realçando notas florais e umami. A parceria também beneficiou a vinícola, diversificando sua renda em meio à instabilidade climática.
A produção, inicialmente desafiadora devido às barreiras linguísticas, floresceu graças à mentalidade artesanal compartilhada entre as equipes francesa e japonesa. O sucesso do molho de soja já expandiu para mercados europeus e africanos, com planos para a Ásia. O caso ilustra como a fusão de culturas gastronômicas pode oferecer soluções criativas para os desafios da indústria alimentícia global.