O partido de centro-direita Aliança Democrática venceu as eleições gerais em Portugal neste domingo, mas sem alcançar a maioria parlamentar, o que deve levar à formação de um governo minoritário pela segunda vez em um ano. Com 99,2% dos votos apurados, a coligação conquistou 89 das 230 cadeiras, repetindo um cenário de fragilidade política que já havia derrubado seu governo anterior em março. O líder do partido, Luis Montenegro, sinalizou abertura para diálogo com a oposição, embora a formação de alianças permaneça incerta.
O crescimento do partido populista Chega, que pode se tornar a segunda maior força no Parlamento com 58 assentos, adiciona mais instabilidade ao cenário político. O partido, que há seis anos elegeu apenas um deputado, capitalizou o descontentamento com os partidos tradicionais, focando em temas como imigração e corrupção. Seu líder afirmou estar disposto a negociar com a Aliança Democrática, mas a recusa histórica dos partidos estabelecidos em colaborar com a legenda dificulta um acordo.
A fragmentação política reflete a frustração da população com os partidos tradicionais, agravada por desafios como o custo de vida, a habitação e a imigração. Os socialistas, que alternaram no poder com os sociais-democratas nas últimas décadas, tiveram um dos piores resultados desde 1987, com 58 cadeiras, e seu líder anunciou a intenção de renúncia. O pleito, que era visto como uma chance de estabilizar o país, deixou claro que as divisões devem persistir.