O Censo 2022 do IBGE divulgou, pela primeira vez, dados oficiais sobre a população com autismo no Brasil: 2,4 milhões de pessoas (1,2% do total) receberam diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) por um profissional de saúde. Especialistas alertam que o número real pode ser maior devido ao subdiagnóstico, principalmente em grupos mais vulneráveis. A prevalência é maior entre homens (1,5%) e pessoas brancas (1,3%), refletindo possíveis desigualdades no acesso ao diagnóstico.
A condição é caracterizada por desafios na comunicação e interação social, além de padrões restritos e repetitivos de comportamento, geralmente identificados na primeira infância. No entanto, muitos adultos e idosos podem viver sem diagnóstico, já que o TEA só foi incluído em manuais médicos a partir dos anos 1980. Os dados também mostram concentrações regionais: 43% dos diagnosticados estão no Sudeste, enquanto estados do Norte e Nordeste, como Acre e Ceará, têm as maiores proporções (até 1,6%).
O Censo ainda revelou que 760,8 mil estudantes com autismo estão matriculados no ensino regular, representando 1,7% do total. A taxa de escolarização entre autistas (36,9%) é superior à média nacional (24,3%), mas desafios persistem, como a falta de preparo de professores e a precariedade do sistema público. A inclusão efetiva desses estudantes segue como um debate urgente, destacando a necessidade de políticas mais robustas para garantir equidade no acesso à educação e saúde.