O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE, apontou que 7,3% da população brasileira (14,4 milhões de pessoas) possui algum tipo de deficiência, com maior prevalência entre mulheres e idosos. Dificuldades visuais e de mobilidade são as mais comuns, e a incidência aumenta com a idade, indicando um futuro crescimento dessa parcela devido ao envelhecimento populacional. Pela primeira vez, o Censo incluiu dados sobre autismo, revelando que 1,2% da população (2,4 milhões) recebeu diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista.
As regiões Nordeste e Sudeste concentram os maiores números absolutos de pessoas com deficiência, enquanto o Centro-Oeste apresenta a menor proporção. A metodologia do Censo 2022, alinhada aos parâmetros internacionais do Grupo de Washington, impede comparações diretas com edições anteriores, que usavam critérios mais amplos. Especialistas destacam que mudanças frequentes nas estatísticas dificultam a criação de políticas públicas consistentes para essa população.
A educação é um dos maiores desafios: a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência (21,3%) é quatro vezes maior que entre as sem deficiência (5,2%). Além disso, apenas 7,4% concluíram o ensino superior, contra 19,5% das pessoas sem deficiência. As disparidades refletem barreiras históricas de inclusão escolar e acessibilidade, exigindo ações urgentes para reduzir as desigualdades.