O Censo 2022, divulgado pelo IBGE, identificou que 7,3% da população brasileira com 2 anos ou mais possui alguma deficiência, totalizando 14,4 milhões de pessoas. Dentre elas, as dificuldades mais comuns são para enxergar (7,9 milhões), andar (5,2 milhões), manusear objetos (2,7 milhões), ouvir (2,6 milhões) e realizar atividades mentais (1,4 milhões). Além disso, 2% da população têm duas ou mais deficiências. O estudo também apontou que 2,4 milhões de brasileiros foram diagnosticados com TEA (transtorno do espectro autista), representando 1,2% da população.
A análise demonstrou disparidades demográficas: mulheres com deficiência são 8,3 milhões (8,1% da população feminina), enquanto homens somam 6,1 milhões (6,4%). O TEA é mais prevalente entre homens (1,4 milhão) do que entre mulheres (1 milhão). A deficiência aumenta com a idade, atingindo 50% dos brasileiros com 90 anos ou mais. Já o autismo concentra-se em crianças de 5 a 9 anos (2,6%), refletindo maior acesso a diagnósticos nessa faixa etária.
O recorte racial mostrou que pessoas pretas têm a maior taxa de deficiência (8,6%), enquanto indígenas lideram em diagnósticos de TEA (1,9%). Regionalmente, o Nordeste apresenta a maior proporção de pessoas com deficiência (8,6%), com Alagoas destacando-se (9,6%). O IBGE associou esses dados a desigualdades históricas e vulnerabilidade social: 63,1% das pessoas com deficiência acima de 25 anos não completaram o ensino fundamental, e apenas 7,4% possuíam ensino superior, contra 19,5% da população sem deficiência.