Um levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) revelou que os brasileiros precisarão trabalhar 149 dias em 2025 apenas para pagar impostos, o equivalente a 40% do ano. Esse número mais que dobrou desde os anos 1970, com a classe média alta sendo a mais afetada: quem ganha acima de R$ 10.000 terá que trabalhar até 5 de junho para quitar suas obrigações fiscais. Tributos sobre bens de consumo são os mais pesados, representando 22% da carga tributária, seguidos pelo imposto de renda (15%) e outros como IPTU e IPVA.
Em São Paulo, o impostômetro já registra arrecadação superior a R$ 1,6 trilhão na cidade e mais de R$ 2 trilhões no país. Apesar de a carga tributária brasileira ser menor que a de nações como Dinamarca e Alemanha, a qualidade dos serviços públicos não acompanha o volume arrecadado, gerando insatisfação. Recentemente, o aumento no IOF reforçou a tendência de crescimento dos tributos, com o percentual de dias trabalhados para pagar impostos subindo de 33% em 2003 para 40% em 2025.
O cenário mostra uma trajetória ascendente na tributação, sem perspectivas de redução. Enquanto isso, a desigualdade no impacto fiscal persiste, com trabalhadores de menor renda encerrando suas contribuições mais cedo, mas ainda assim enfrentando desafivos para equilibrar orçamentos diante da alta carga de impostos indiretos. A discussão sobre a eficiência do gasto público continua central no debate sobre reformas necessárias.