O cardeal Mario Grech, de 68 anos, secretário-geral do Sínodo dos Bispos desde 2020, surge como um dos favoritos para assumir o comando da Igreja Católica no próximo conclave. Nascido em Malta, Grech lidera um dos principais projetos do papa Francisco, coordenando discussões globais sobre temas como o papel das mulheres na Igreja, a inclusão de católicos LGBTQIA+ e a acolhida a divorciados. Recentemente, ele propôs a extensão do Sínodo até 2028, medida interpretada como uma forma de garantir a continuidade das reformas progressistas de Francisco.
Apesar de ter defendido posições conservadoras no passado, como a oposição ao divórcio em Malta, Grech alinhou-se às visões mais abertas do pontífice argentino a partir de 2013. Em discursos e ações, demonstrou sensibilidade a questões como a linguagem usada contra homossexuais no catecismo e a necessidade de acolher fiéis divorciados. Sua trajetória, que começou em uma pequena paróquia, contrasta com sua atual influência no Vaticano.
O Sínodo liderado por Grech permitiu debates inéditos sobre tabus da Igreja, embora sem avanços concretos em temas como o diaconato feminino. Sua habilidade em equilibrar tradição e modernidade, aliada ao apoio tácito de Francisco, reforça sua posição como um nome-chave no processo sucessório. O conclave decidirá se a Igreja seguirá seu caminho de abertura ou buscará um rumo mais conservador.