O cardeal espanhol Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, não se considera favorito para assumir o papado, mas seu perfil próximo ao do papa Francisco o coloca em destaque entre os eleitores do próximo conclave. Conhecido por sua vida humilde e dedicação à justiça social, Omella já declarou que a Igreja deve enxergar a realidade “pelos olhos dos pobres”. Ordenado padre em 1970, ele atuou como missionário no Zaire e trabalhou com instituições de caridade antes de ser elevado a cardeal em 2016, em um movimento visto como endosso às suas tendências progressistas.
Apesar de sua trajetória pastoral, Omella enfrentou desafios durante sua presidência na Conferência dos Bispos da Espanha, quando um relatório independente apontou milhares de casos históricos de abusos sexuais envolvendo o clero. Ele pediu perdão publicamente, embora tenha questionado a escala dos números, destacando a importância de reparar danos e priorizar as vítimas. Sua postura reflete a complexidade do tema dentro da Igreja, que busca equilibrar transparência e reconciliação.
Recentemente, o papa Francisco incluiu Omella em um grupo seleto de nove cardeais responsáveis por assessorá-lo em questões de governança, sinalizando sua influência crescente. Embora ele mesmo descarte suas chances, sua trajetória e alinhamento com as reformas do atual pontificado podem surpreender no conclave, seguindo a tradição de eleições imprevisíveis.