O arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, destacou que o Colégio Cardinalício enfrenta um desafio prático antes da eleição do novo papa: a falta de conhecimento mútuo entre os cardeais. Com 133 eleitores responsáveis pela escolha do sucessor do Papa Francisco, falecido em 21 de abril, Dom Paulo afirmou que a internacionalização do colégio, promovida pelo pontífice, trouxe diversidade, mas também distanciamento. “Não nos conhecemos bem entre nós”, admitiu, citando a pouca frequência de encontros presenciais durante o pontificado.
Apesar do desconhecimento, o cardeal brasileiro negou que haja divisões internas na Igreja, ressaltando a fraternidade e a liberdade de diálogo entre os membros. Ele elogiou o legado de Francisco ao incluir cardeais de regiões periféricas, mas reconheceu que essa expansão dificultou a proximidade. “O Papa nos deixou nos conhecendo pouco”, disse, referindo-se aos apenas dois consistórios realizados para discussões coletivas.
Enquanto a Capela Sistina é preparada para o Conclave, que começa na próxima quarta-feira (7), Dom Paulo expressou confiança na unidade do Colégio Cardinalício, independentemente do resultado da eleição. “Estaremos com o próximo papa, quem quer que seja”, afirmou, sublinhando o compromisso com a continuidade da Igreja.