Nana Caymmi, uma das vozes mais importantes da música brasileira, faleceu nesta quinta-feira aos 84 anos, vítima de complicações cardíacas. Ela estava internada há nove meses na Clínica São José, no Rio de Janeiro. Sua morte foi confirmada pelo irmão, Danilo Caymmi. Nana enfrentou problemas de saúde ao longo dos anos, incluindo um câncer de estômago em 2015 e a implantação de um marcapasso em 2024. Filha do compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, ela iniciou sua carreira nos anos 1960, gravando canções como *Acalanto*, composta por seu pai.
Ao longo de sua trajetória, Nana se destacou por um repertório sofisticado e parcerias com grandes nomes da música, como Tom Jobim, Chico Buarque e Milton Nascimento. Apesar de não alcançar a mesma popularidade de outras cantoras de sua geração, como Elis Regina e Gal Costa, ela conquistou reconhecimento em 1998 com o bolero *Resposta ao Tempo*, tema da minissérie *Hilda Furacão*. Nana também se dedicou a projetos temáticos, regravando obras de seu pai e explorando gêneros como o bolero em álbuns aclamados.
Nos últimos anos, Nana se afastou dos palcos, mas deixou um legado marcante. Sua última aparição pública foi no documentário *Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos*, onde emocionou ao cantar à capela. Em entrevista ao *Estadão*, aos 80 anos, ela expressou o desejo de gravar novas parcerias e lamentou a falta de compositores contemporâneos que pudessem renovar seu repertório. Sua voz, porém, permanece como um marco da música brasileira, celebrada por sua técnica e emotividade.