Nana Caymmi, uma das maiores intérpretes da música brasileira, faleceu no dia 1º de maio de 2025, aos 84 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. Nascida em 1941, ela construiu uma carreira marcada pela excelência artística, distanciando-se de comparações com outras grandes vozes como Elis Regina e Gal Costa. Apesar de nunca ter alcançado a mesma popularidade, Nana se destacou pela profundidade emocional de sua voz e pelo rigor em sua discografia, que inclui clássicos como “Saveiros” e álbuns aclamados como “Nana Caymmi” (1975) e “Renascer” (1976).
Sua trajetória fonográfica, iniciada em 1960, foi pautada por boleros, sambas e canções de grandes compositores, como Dorival Caymmi, seu pai, e Antonio Carlos Jobim. Décadas como a de 1980 foram especialmente marcantes, com lançamentos como “Mudança dos ventos” (1980) e “Chora brasileira” (1985), que revelaram pérolas pouco conhecidas da MPB. Nana também se dedicou a projetos temáticos, como os álbuns “Bolero” (1993) e “A noite do meu bem” (1994), sempre mantendo um padrão artístico elevado.
Nana Caymmi será lembrada como uma intérprete única, capaz de transmitir emoção sem cair no sentimentalismo. Sua voz afinada e intensa, aliada a uma personalidade autêntica, consolidou seu lugar entre os grandes nomes da música brasileira. Seu legado permanece vivo em uma obra que, como ela mesma, resistiu ao tempo com elegância e maestria.