Um voo da TAP entre Rio de Janeiro e Lisboa foi cancelado no sábado (24) após a companhia aérea se recusar a embarcar um cão de serviço, gerando críticas na imprensa portuguesa e custos estimados em mais de R$ 3,2 milhões. A decisão judicial que determinava o embarque do animal, destinado a uma criança autista de 12 anos em Lisboa, não foi cumprida pela empresa, resultando na autuação de um gerente pela Polícia Federal. A TAP alegou questões de segurança, afirmando que o cão, com 35 kg, excedia o peso permitido para transporte na cabine e não estava acompanhado pela tutora que necessita de seu suporte.
A família argumenta que o animal, chamado Tedy, possui certificação válida e já viajou internacionalmente antes, inclusive para os EUA. A criança, que aguardava a chegada do cão, teve uma crise de ansiedade após o cancelamento. A companhia sugeriu transportar o animal no bagageiro, mas a proposta foi recusada pela passageira, irmã da criança, que insistia no cumprimento da liminar judicial. Uma nova audiência está marcada para a semana que vem, enquanto a família busca emitir um novo certificado veterinário, já que o anterior expirou no domingo (25).
O caso levantou debates sobre regulamentações aéreas e os direitos de passageiros com animais de serviço. A TAP reiterou que prioriza a segurança e segue normas aprovadas pelas autoridades portuguesas, enquanto a família e seus representantes legais afirmam que a empresa descumpriu uma ordem judicial sem justificativa clara. O impasse continua, com repercussões tanto no Brasil quanto em Portugal, destacando a complexidade entre leis, políticas corporativas e necessidades especiais de passageiros.